Profa. Roberta Zandavalli, do Depto. de Biologia da UFC

Breviário: Fale-nos um pouco sobre você: seu background acadêmico, interesses de pesquisa, responsabilidades atuais na UFC.

Profa.Roberta-h150Roberta Zandavalli: Sou graduada em Ciências Biológicas, mestre em Botânica e doutora em Ciências: ênfase Botânica. Esses três títulos, eu obtive na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Além disso, fiz Pós-Doutorado em Ecologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Meus interesses de pesquisa são Ecofisiologia Vegetal, mais especificamente interações entre plantas e plantas e ambiente.  Sou professora e coordenadora do Laboratório de Ecologia do Departamento de Biologia.

B: O que lhe trouxe para a sua área profissional? E como decidiu lecionar na UFC?

RZ: No ensino médio, uma professora em particular me chamava muita atenção, era a professora de Biologia. Ela era uma pessoa muito crítica, engajada e sabia de tudo um pouco. Além disso, suas aulas práticas me agradavam muito. A partir disso, descobri que gostava de animais e plantas.  Estava entre veterinária ou biologia, decidi por biologia, pois abrangia uma gama maior de organismos. Chegar à UFC foi até uma surpresa para mim. Meu sonho era ser professora de uma Universidade Federal, e acabou acontecendo na UFC. Não foi planejado, obra do destino.

B: Quais os desafios em sua atuação docente na UFC?

RZ: Boa pergunta. O maior desafio foi e ainda é, como docente no geral, largar velhos conceitos e buscar novos.   A maior parte da minha graduação e pós-graduação foi focada em aulas expositivas e provas, e nada mais. Depois de entrar na UFC, fui aprendendo com os estudantes e com o projeto CASa que uma maior diversificação de aulas fixa melhor o conteúdo. Então, agora, estou em busca de aulas mais dinâmicas, que interconectem os conteúdos e com maior participação dos estudantes.

Além disso, há a necessidade de inserir os estudantes no contexto social e ensinar valores, cidadania e crítica. Na UFC, particularmente, senti muita dificuldade de adaptação devido ao individualismo dos colegas de profissão, dificuldade essa, reduzida com a ajuda do projeto CASa, onde os professores se reuniam com um objetivo comum e interagindo sempre.

B: O que mais lhe alegra em seu papel como professora?

RZ: Sem dúvida, é o interesse dos estudantes e o entusiasmo deles com algum assunto ou atividade. Também, a boa relação que eu tenho com os estudantes. Se eu estiver um pouco triste, vou para a sala de aula e meu humor muda assim que vejo os sorrisos deles.

B: Qual sua opinião sobre o CASa? Qual a importância da formação docente para o professor recém chegado à UFC?

RZ: O projeto CASa me ajudou muito nesse momento de difícil transição. Na pós-gaduação não somos preparados para a docência, então passamos em um concurso, onde damos uma aula expositiva, e depois somos jogados na sala de aula, com estudantes sedentos por aulas mais interessantes. Foi difícil, mas, com a ajuda do projeto CASa pude ver que eu não era a única com essas dificuldades, e que era assim mesmo. Os colegas do projeto CASa me confortaram muito e me deram tranquilidade para continuar. Além disso, aprendi algumas dicas muito importantes para tornar as aulas mais didáticas e dinâmicas. Acho que o projeto CASa ajuda muito nesse período de confusão e mudança. Passei momentos de felicidade e questionamento enquanto participava ativamente do projeto.

B: Para além da vida no campus, quais são seus outros interesses, hobbies etc?

RZ: Bom, não tenho muito tempo livre. Sabe como é ser mulher nos dias de hoje… Mas quando sobra um tempinho, gosto muito de deitar na rede com um livro. Não sou uma pessoa de esportes, gosto mais de momentos introspectivos. Procuro me auto conhecer e manter minha “sanidade mental” (não é fácil) e, para isso, leio coisas que me fazem bem e medito. Procuro me exercitar quando posso.

 

Entrevista realizada na data 06/06/2012 para coluna Spotlight do Breviário da CASa.