Profa. Diana Fortier, do curso de Letras-Inglês

BREVIÁRIO: Conte-nos um pouco sobre sua trajetória acadêmica desde a graduação, como aluna, até se tornar professora e sobre seus principais interesses de pesquisa.

Profa.Diana-h150DIANA FORTIER: Cursei a graduação em Letras-Inglês e Português e respectivas literaturas na UFC. Imediatamente após me formar, trabalhei como [professora] substituta na Casa de Cultura Britânica da UFC, por um ano, após o que ingressei na Uece para cursar mestrado em Linguística Aplicada, com ênfase em Metodologia de Ensino de Língua Inglesa. Iniciei também o doutorado em Linguística na UFC, na área de Terminografia. Infelizmente, tive que interromper o curso no terceiro ano por problemas de saúde, mas pretendo retomar a pesquisa o mais brevemente possível. Desde maio de 2010, sou professora assistente do Departamento de Letras Estrangeiras da UFC, mesmo ano em que passei a atuar como tradutora juramentada, registrada na Junta Comercial do Estado do Ceará. No momento, mantenho um grupo de pesquisa em Tradução Técnica e Juramentada, além de investigar também o uso de ferramentas computacionais na tradução, lexicografia/terminologia e ensino de línguas estrangeiras.

B: Por que se interessou pela docência? A vontade de lecionar veio antes ou durante o curso de graduação?

DF: Sou filha de professores (pai e mãe), então cresci cercada de livros e histórias de sala de aula. Corrigi muita prova… Para mim foi um passo quase que natural, embora tenha me aventurado também por outras paragens (tenho diploma de Eletrotécnica pela antiga Escola Técnica, hoje IFCE, e trabalhei nesta área por breve período). Um dos meus irmãos também é docente, na Federal do Piauí. Está no sangue!

B: Estudar e lecionar línguas estrangeiras torna a docência mais desafiadora? Por quê?

DF: Todo processo de ensino é um desafio, para todos os envolvidos. Não creio que haja dificuldades maiores ou menores entre as áreas, apenas especificidades. No caso do curso de Letras – Inglês, no qual atuo, existe o fator complicador da dupla tarefa – ensinar a língua aos alunos e ensinar-lhes como ensinar a língua. É uma carga dobrada, que por vezes dificulta o trabalho, mas é uma característica fundamental daquilo que fazemos. Não poderia ser diferente, dadas as circunstâncias particulares do curso.

B: O que lhe dá mais satisfação em ser professora?

DF: O contato com os alunos. Com toda a certeza, é a melhor parte do nosso trabalho… Nada recarrega tanto as baterias como dar uma boa aula e sentir que os alunos fizeram dela bom proveito.

B: Ao se tornar docente da UFC, como foi o processo de adaptação? Quais foram os maiores desafios?

DF: A docência universitária tem contornos bem específicos, que derivam da amplitude do nosso escopo: pesquisa, ensino e extensão. Mas existe um quarto aspecto da nossa atuação, que é muitas vezes desconhecido da maioria da comunidade acadêmica e em geral: como professores de uma universidade pública, participamos ativamente da gestão da própria instituição. Esse fato implica em tarefas adicionais para o professor, tarefas às quais eu não estava acostumada. No entanto, defendo a autonomia universitária e acredito que devemos continuar nos auto-gerindo, para permanecermos independentes, intelectual e politicamente.

B: Para você, qual a importância da CASa e da formação docente promovida para o(a) professor(a) recém-chegado(a) à UFC?

DF: Participar da CASa foi uma experiência diferente de todas as que tive anteriormente, em termos de formação profissional. Existe uma visão holística do nosso trabalho dentro da CASa que eu gostaria de ver manifestada em todas as instâncias da atuação docente na UFC.

B: Quando tem um tempo livre, o que você mais gosta fazer?

DF: Tempo livre? O que é isso (brincadeira)? Falando sério, gosto de ler, assistir filmes, cuidar da vida espiritual, passar tempo com a família… e dormir também é ótimo.

 

Entrevista realizada na data 30/07/2013 para coluna Spotlight do Breviário da CASa.