Profa. Alessandra Carneiro, do Departamento de Economia Doméstica

BREVIÁRIO: Alessandra, conte-nos um pouco da sua trajetória acadêmica e profissional.

Profa. Alessandra-h150ALESSANDRA CARNEIRO: Desde o início da graduação em Economia Doméstica, me engajei em projetos do Departamento. Fui bolsista de extensão do Núcleo de Educação do Consumidor (EDUCON), de pesquisa no Núcleo de Desenvolvimento da Criança (NDC) e de monitoria no Laboratório de Preparo de Alimentos, além de participar de grupos de estudos do Núcleo de Estudo de Gênero, Idade e Família (NEGIF). Aproveitei o tempo da graduação para percorrer os espaços e definir meus interesses, já que nosso curso tem aspectos generalistas. Todas estas atividades foram complementares às disciplinas e hoje acredito que me proporcionaram vivência e oportunidade de ver além dos limites da Universidade. Além da Universidade, fui estagiária de empresas da área de alimentação coletiva, para qual voltei meus interesses de pesquisa e que foram o suporte para o meu trabalho de conclusão de curso. Logo iniciei uma especialização em Vigilância Sanitária de Alimentos na UECE e, antes de finalizá-la, ingressei no Mestrado em Ciência e Tecnologia de Alimentos na UFC. A partir daí descobri a pesquisa de forma mais sistemática e isso me fez transpor enormes barreiras que só reforçaram a certeza da carreira docente. Ano passado foi um momento de muita felicidade na minha trajetória acadêmica, pois fui aprovada num concurso público como professora assistente do Departamento de Economia Doméstica e também no Doutorado em Ciência e Tecnologia de Alimentos/UFC, sentimentos indescritíveis pela realização profissional de pertencer a esta Universidade e poder continuar meus estudos.

B: Desde o início da graduação em Economia Doméstica você já imaginava seguir a área da docência? Como surgiu o desejo de se tornar docente?

AC: Venho de uma família de muitas professoras e, antes de iniciar a graduação, já tinha algumas experiências de ensino com crianças. Após os primeiros semestres, essa determinação já estava consolidada para os meus propósitos futuros. Lembro de algumas vezes em disciplinas quando tínhamos que apresentar seminários, estes eram minuciosamente preparados e estudados, avalio que estava pouco a pouco me preparando… eram momentos em que vibrava muito. Fui motivada a permanecer nesse propósito por algumas professoras do meu departamento que admirava e a quem respeitava, cada uma com suas especificidades (Profas. Selma, Ana, Clarisse, Consuelo). No final da graduação conversava abertamente do meu interesse de um dia “voltar” como professora. E, por incentivo da Profa. Consuelo, participei da primeira seleção para professora substituta. Nem sei descrever da alegria de colar grau e posteriormente me ver professora, um grande desafio para mais estudos.

B: O que mais gosta em ser professora?

AC: Da comunicação e do conhecimento. Estar próxima de pessoas e utilizar meus conhecimentos para estimular o desenvolvimento delas me fazem acreditar que exerço o bem. Em contrapartida, adquirir conhecimento a partir das experiências dos alunos e ser estimulada por eles para ir além e buscar mais é sempre inovador, mesmo tendo conteúdos e rotinas determinadas. A cada momento transformamos e somos transformados. Isso é gratificante!

B: Como se tornou professora da UFC e como se sentiu ao lecionar no mesmo curso em que há pouco tempo havia sido estudante?

AC: É indescritível a sensação de ver a realização de um “sonho”, trabalhar no que gosta, num espaço de produção de conhecimento como a UFC, com o qual tenho uma relação de amor e pertencimento e ainda no curso que fui formada. É felicidade demais. Ao entrar no departamento e ter a oportunidade de trabalhar com algumas pessoas que foram minhas professoras, às vezes fica difícil de processar os sentimentos. Mas de fato incorporamos as situações e entrar na sala de aula e reconhecer aquele espaço me estimula a superar a emoção e ir em busca de mais conhecimento, seja ele didático ou como ciência.

B: Quais são os projetos de que participa dentro da universidade?

AC: Atualmente participo dos projetos de extensão “A pesquisa como instrumento de formação acadêmica e profissional / Curso – Treinamento e qualificação profissional do Laboratório de Estudos e Políticas Públicas (LEPP)” e “Alimentação e nutrição: um universo de conexão e saberes”, com atividades ligadas a locais de atuação do Projeto RONDON. Participo também da Monitoria de Iniciação à Docência com o projeto “Padronização de fichas técnicas de conservas artesanais de origem animal e vegetal”. Quanto à pesquisa, estou envolvida nas atividades do meu doutorado que tem como foco a aplicação de nanotecnologias em sucos de frutas tropicais, sob orientação da Profª Isabella Montenegro Brasil, mas ainda estamos em processo de estudos e adequação do projeto.

B: Na sua opinião, como a formação docente promovida pela CASa auxilia o(a) professor(a) recém-chegado(a) à UFC?

AC: Participar das atividades da CASa tem sido um excelente momento de adquirir conhecimentos sobre a instituição a qual pertencemos e trocar experiências com outros professores recém-ingressos que passam pelas mesmas incertezas e anseios. É bom descobrir que não estamos sós. Já participei do curso Docência Integrada às Tecnologias da Informação e Comunicação – DTIC, que foi um aprendizado efetivo dentro da sala de aula; Mentores da Docência, em que a emoção de homenagear um professor importante na sua trajetória se transforma em um agradecimento formal. Atualmente estou participando da disciplina de Didática do Ensino Superior, que tem promovido em mim o despertar das discussões acerca da formação, da atuação, da construção de ser docente. Participar destas atividades me motiva a buscar e a participar mais e não só cumprir o que nos é solicitado durante nosso estágio probatório.

 

Entrevista realizada na data 11/12/2013 para coluna Spotlight do Breviário da CASa.