Profa. Andréa Soares, Coordenadora da Ambiência Temática 4: Reflexões sobre a Inserção da EaD na Graduação em Saúde na UFC

Breviário: Fale-nos um pouco sobre você: seu background acadêmico, interesses de pesquisa, responsabilidades atuais na UFC.

Profa.AndreaAndréa Soares: Sou fruto da UFC: Graduação em Ciência da Computação (UFC); Mestrado em Ciência da Computação (UFC) e Doutorado em Educação Brasileira (UFC). Minhas áreas de interesse em pesquisa e minha atuação na UFC:

- Avaliação da Aprendizagem na EaD (em função da linha de pesquisa do meu doutorado);

- Formação Docente para EaD em Saúde (em função da minha atuação no NUTEDS – Núcleo de Tecnlogias e Educação a Distância em Saúde – núcleo coordenado pelo Prof. Luiz Roberto de Oliveira), no qual atuo:

1. Na Coordenação de Tutoria e EaD (NUTEDS/UNASUS);

2. Na Coordenação do Projeto de Extensão de Formação Docente para EaD em Saúde (NUTEDS/UFC);

3. Na Coordenação Geral do Projeto de Capacitação sobre Influenza para Profissionais de Vigilância em Saúde (curso de Aperfeiçoamento, em fase de produção) (NUTEDS/UFC).

- Informática em Saúde (em função da minha área de concurso para Profa. Adjunta da Faculdade de Medicina/Curso de Fisioterapia da UFC – Tecnologias da Informação e das Comunicações e Educação a Distância em Saúde) e Coordenação do Módulo de Introdução à Pesquisa I (Curso de Fisioterapia).

B: Como surgiu a ideia da Ambiência Temática 04 – Reflexões sobre a Inserção da EaD na Graduação em Saúde na UFC?

AS: A ideia de uma ambiência que levasse os novos docentes da área da Saúde da UFC a refletir e discutir sobre a inserção da EaD na Graduação em Saúde surgiu através de conversas com duas colegas: Fabiane Gubert e Cristiana Brasil. As duas colegas, além de egressas do primeiro curso de formação de tutores para saúde, participaram da 1a. Edição do Curso de Especialização em Saúde da Família na modalidade a distância semi-presencial (CESF/NUTEDS/UNASUS), respectivamente, como professora-tutora e professora-conteudista. A experiência no CESF, e o ingresso das duas colegas como professoras efetivas recém-ingressas no Departamento de Enfermagem da UFC, nos motivou a propor juntas uma ambiência na qual pudéssemos usar esse tempo de formação docente para discutir sobre as possibilidades e eventuais limitações de aplicação de elementos da EaD nos cursos de graduação em Saúde da UFC.

B: Qual é a realidade hoje da inserção da EaD e de suas ferramentas na Graduação em Saúde na UFC?

AS: Através das discussões ocorridas durante o curso de formação de tutores, e de conversas posteriores com os professores que dela participaram, tomei conhecimento de que alguns professores da Faculdade de Medicina já faziam uso de ferramentas tecnológicas como apoio às suas aulas, tais como listas de discussão, e-mail e até ambientes virtuais como o TelEduc e o Moodle. Entretanto, tais iniciativas eram totalmente espontâneas e individuais por parte desses professores, ou seja, não oficiais e nem contabilizavam carga-horária “a distância” em seus módulos/disciplinas, mas tinham o intuito apenas de facilitar/agilizar a comunicação com seus alunos e facilitar a distribuição de material didático e a entrega de atividades didático-avaliativas pelos alunos. O fato é que ainda não concluímos um projeto de pesquisa para realizar um levantamento mais preciso a respeito dessas iniciativas individualizadas, oficializadas ou não, mas sabemos que elas existem. E com a formação DTIC, a tendência é que se multipliquem!

B: Quais os maiores desafios enfrentados pela Ambiência Temática 04? E quais conquistas já foram alcançadas?

AS: Na verdade a ambiência temática acabou de ser aprovada pela coordenação da CASa, e deverá iniciar suas atividades agora em Abril. Quanto aos desafios, o primeiro deles está relacionado a despertar nos colegas docentes da área da Saúde da UFC o interesse por essa temática. A partir daí, pretendemos estudar juntos e refletir sobre alguns fundamentos teóricos, e sobre normas gerais e normas internas da UFC que regulamentam a aplicação da EaD na graduação, para juntos encontrarmos e organizarmos algumas estratégias para inserção da EaD na graduação em Saúde da UFC, quem sabe até produzindo algum material de pesquisa e/ou material didático a esse respeito.

B: Pessoalmente, como se envolveu com a temática da EaD na Saúde?

AS: Bem, meu primeiro contato com a EaD na área da Saúde da UFC ocorreu através do primeiro curso de formação de tutores para área da saúde na UFC. Atendendo solicitação do Prof. Luiz Roberto de Oliveira (então coordenador do Laboratório de Informática da FAMED/UFC e do Núcleo de Telessaúde da UFC), fui indicada pelos Profs. Mauro Pequeno e Priscila David para ministrar o primeiro curso de formação de tutores para área da Saúde. Participariam desta formação professores dos cursos de Medicina, Enfermagem e Odontologia da UFC, e alguns alunos de pós-graduação desses cursos, que haveriam, eventualmente, de atuar como conteudistas e tutores em cursos de EaD em saúde na UFC. Naquela época, eu estava concluindo minha Tese de Doutorado, e atuar como tutora desse curso, para mim, foi revigorante, anti-estressante e estimulador (rsrs…).

Nessa mesma ocasião, o Prof. Luiz Roberto de Oliveira – um visionário em relação à relevância da EaD para a área da saúde – com o apoio da alta gestão da UFC, constituía o Núcleo de Tecnologias e Educação a Distância em Saúde (NUTEDS), com o objetivo de apoiar ações de formação continuada de profissionais da sáude através das TIC e da EaD. Com a consolidação da proposta do NUTEDS, surgiu o concurso para professor adjunto na área de TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E DAS COMUNICAÇÕES E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA EM SAÚDE, ao qual me submeti e, graças a Deus, fui aprovada, tornando-me professora adjunta da UFC.

B: Fale-nos um pouco de seu trabalho como docente na UFC: como decidiu lecionar na UFC; quais disciplinas ensina; o que mais lhe alegra em seu papel como docente; quais seus desafios?

AS: Sou lotada na Faculdade de Medicina e faço parte do colegiado do Curso de Fisioterapia, coordenando atualmente o Módulo de Introdução a Pesquisa I, no qual sou responsável pelas aulas práticas no laboratório de informática e participo do GT de Tecnologias que auxilia a coordenação do curso nas questões relativas à aplicação de recursos de TI e EaD no curso de Fisioterapia. Estamos trabalhando com alguns colegas professores do curso também na proposta de um módulo optativo sobre Informática aplicada à Fisioterapia. Além disso, eu e o prof. Luiz Roberto somos parceiros na disciplina de Educação a Distância do Curso de Especialização em Saúde da Família (CESF/UNASUS). No que diz respeito à atividades de Extensão, coordeno o Projeto de Formação Docente para EaD em Saúde, através do qual o NUTEDS oferta cursos de formação para tutores e professores conteudistas na área da Saúde e já formou várias turmas.

Na minha trajetória pessoal na UFC, como discente e agora como docente, já passei por diversas áreas e por diversos campi da universidade (Exatas-Humanas-Saúde; Pici-Benfica-Porangabussu). Isto enriqueceu muito minha formação, e me deu uma extraordinária oportunidade de olhar a educação e a aprendizagem sob visões bem diferenciadas. A perspectiva de colaborar com a inserção técnica e pedagogicamente consciente da EaD na Graduação, Pós-Graduação e Extensão na área da Saúde da UFC é fonte de grande estímulo e alegria para mim profissionalmente, e a oportunidade de conhecer novos profissionais e colegas nessa área tem me trazido amadurecimento e edificação como pessoa também. Meu principal desafio é trazer o novo respeitando o que já foi construído através de anos de tradição; é fazê-lo com muita humildade e respeito, com paciência e perseverança, respeitando meus limites de atuação na universidade e contribuindo no que me for possível.

B: Qual sua opinião sobre a CASa? Qual a importância da formação docente para o professor recém-chegado à UFC?

AS: O projeto CASa tem sido fonte de muito aprendizado e satisfação para mim. A oportunidade de participar de encontros sobre temáticas tão relevantes para minha prática docente e para minha contextualização como servidora-docente da UFC, interagindo e trocando ideias e experiências com professores dos mais diversos cursos, tem sido uma experiência muito relevante. Tenho a consciência de que faço parte de uma geração de docentes muito privilegiada pelo contexto atual da UFC. Acredito que não somente os recém-ingressos, mas também os professores veteranos tem muito a contribuir, e também a aprender, e deveriam ser engajados nesse projeto.

B: Para além da vida no campus, quais são seus outros interesses, hobbies etc?

AS: Meu principal hobby é estar com minha família e meus amigos, seja partilhando com eles desde coisas triviais como pequenas viagens e passeios, ou um bom filme, até fortalecermos mutuamente nossa fé em Deus! Ah, o gosto pela música gospel também é uma atividade comum em família, onde compomos, cantamos e tocamos juntos.

 

Entrevista realizada na data 14/03/2012 para coluna Spotlight do Breviário da CASa.