Prof. Jesualdo Farias, Reitor da UFC

Breviário: Qual sua percepção sobre a importância do evento desta semana “Formação para a Docência no Ensino Superior: caminhos construídos e gestão compartilhada dos projetos desenvolvidos na UFC” para nossa universidade?

prof.jesualdo-h150Jesualdo Farias: Estamos completando um ciclo de muitos investimentos e mudanças na UFC. Temos hoje, outra Universidade, maior e melhor. Uma das mudanças mais expressivas foi a renovação do seu quadro docente em mais de 45%. Este fato trouxe para a Universidade um quadro docente jovem e com pouca experiência na docência, embora muitos já experimentem uma atuação madura na pesquisa e, em menor escala em atividades de extensão. O grande desafio é, portanto, avançar em uma melhor qualificação destes docentes para o ensino em todas as suas dimensões, assim como, envolver também os docentes veteranos nesta mesma atividade de capacitação. O importante é encontrar no ambiente do evento, oportunidades para a “re-construção” de um processo. Na verdade, estamos tratando do desenvolvimento de uma nova cultura institucional que demanda muito esforço e tempo de todos para a sua efetivação.

B: Em sua visão, como é possível engajar os gestores nas diversas oportunidades de formação para a docência no ensino superior que são oferecidas pela UFC?

JF: Durante os últimos anos, houve um grande esforço institucional para a estruturação de um programa de formação para a docência na UFC. O Projeto CASa vem sendo construído a cada ano, a partir da colaboração dos seus diferentes grupos temáticos, dentro de uma filosofia que contempla o livre pensar e o livre fazer. Acredito que, desta forma, o processo tem sido atrativo, principalmente para os jovens docentes que ingressaram na UFC nos últimos anos. O rompimento com os métodos ortodoxos tornou o processo de formação muito mais atrativo. Objetivamente, acredito que o envolvimento dos Diretores e de suas coordenadorias de programas acadêmicos é o canal para a consolidação do processo de formação para a docência no ensino superior da nossa UFC.

B: Qual sua opinião sobre a CASa? Qual a importância da formação docente para o professor recém-chegado à UFC?

JF: A CASa é um espaço de construção continuada de muitos desejos e sonhos. Nela não há limites para a construção do ensinar e do aprender. Os grupos temáticos se multiplicam e há sempre espaço para quem procura. O convívio em grupos multidisciplinares, hoje muito relevantes na academia, é uma das características que ajuda na dinâmica de um processo formativo contemporâneo. O professor recém-chegado na UFC necessita deste acolhimento para adequar-se aos desafios da vida docente. A grande maioria não chega preparado para ser professor. Muitos têm como experiência docente apenas a realização do concurso, onde os aspectos didático-pedagógicos na maioria das vezes não são avaliados com profundidade. Por isso, é importante a Universidade ofertar espaços de formação para a docência. A CASa é este espaço de acolhimento.

B: Fale-nos um pouco de sua experiência docente – o que mais lhe alegra como professor? Ainda encontra desafios?

JF: Uma das vantagens de ser professor é que estamos sempre em processo de formação. Um professor precisa aprender sempre. A cada ano encontramos estudantes de gerações diferentes, com perfis diferentes e com expectativas diferentes. Não faz sentido, continuarmos sendo os mesmos professores já que, desta forma, não daríamos as respostas necessárias para as novas gerações de estudantes que encontramos a cada ano. Precisamos aprender com eles e, principalmente, adequar-nos rapidamente às diferentes metodologias que moldam estas novas gerações de estudantes. O grande desafio é adequar-se ao novo e desafiador espaço de convívio com estes estudantes. A definição deste espaço ainda é motivo de muitas controvérsias e foco de acirradas discussões entre educadores. Além do espaço, algo desafiador é o tempo. Temos aí um novo paradigma que precisa ser construído.

B: Para além da vida no campus, quais outros interesses cultiva, hobbies etc.?

JF: Gosto de ler, acompanhar futebol, fazer caminhadas e cozinhar. Estas atividades consomem boa parte do pouco tempo livre que tenho.

 

Entrevista realizada na data 20/03/2012 para coluna Spotlight do Breviário da CASa.