Profa. Adriana Braga, FACED

Breviário: Fale-nos um pouco sobre você: seu background acadêmico, interesses de pesquisa, responsabilidades atuais na UFC.

profa.adriana-h150Adriana Braga: Concluí o bacharelado em Engenharia civil na UFC e, por sempre ter tido o interesse pela vida acadêmica, fiz opção em aprimorar minha formação no Programa de Pós-graduação em Educação Brasileira, concluindo o Mestrado em 1999, e o Doutoramento no ano de 2006.

Tenho preferência pela área de pesquisa educacional, com utilização dos métodos quantitativos para análise de dados. Entretanto, não dissocio a análise quantitativa da qualitativa, acredito que, para o estudo científico, há uma complementaridade entre tais abordagens de análises, ampliando-se o ganho na produção científica.

Ingressei como docente em agosto de 2010, na Faculdade de Educação, no setor de estudos de Avaliação Educacional e Metodologia do Trabalho Científico, desde então as responsabilidades têm se ampliado continuamente, pois além da atividade docente na graduação, já estou trabalhando na pós-graduação e, atualmente, estou na chefia do Departamento de Fundamentos da Educação.

B: Antes de ser docente, você foi servidora técnico-administrativa da UFC. Como/quando se deu a transição para a sala de aula?

AB: Alguns meses anteriores à colação de grau, recebi a convocação da SRH/UFC para assumir o cargo de assistente em administração, devido aprovação no concurso público que prestei no ano de 1989. Foi uma surpresa maravilhosa, lembro-me muito bem o momento em que recebi a notícia. Sinto-me muito feliz por ter construído meu alicerce profissional na UFC, de estudante universitária, servidora técnico-administrativa e docente.

Ser servidora técnico-administrativo foi uma experiência enriquecedora de aprendizagens. Como assistente em administração, tive o contato com rotinas de trabalhos que possibilitaram o conhecimento da grandiosidade da Universidade Federal do Ceará.

A transição para sala de aula foi muito agradável. Durante o período em que estive como servidora técnico-adminstrativa, tive a oportunidade de tirar licença, sem vencimentos, passando a lecionar como professora substituta e, após esta experiência, devido a minha qualificação, também lecionei de maneira voluntária.

B: Atualmente, você é Chefe do Departamento de Fundamentos da Educação/FACED. Fale-nos um pouco de seus maiores desafios nessa atividade.

AB: Ao assumir a chefia do Departamento de Fundamentos da Educação, na FACED, o maior desafio que se apresentou foi sobre a tomada de decisões, pois, nas atividades de rotina departamental, algumas decisões só podem ser efetivadas após aprovação do colegiado, que é composto por todos os professores do departamento.

A depender do assunto, são necessários amplos debates para que não deixemos de lado as diversas ponderações que envolvam temas polêmicos e, ao mesmo tempo, termos o conhecimento do teor dos documentos oficiais que regulam os procedimentos acadêmicos e administrativos, para que os apliquemos corretamente.

Outro aspecto muito importante que um chefe de departamento precisa observar é o privilégio dos laços de diálogos entre os professores, porque a bem do trabalho do grupo, é imprescindível a manutenção de ambiente salutar de convivência e respeito às diferenças de opiniões.

B: Como concilia sua rotina de trabalho na UFC com os papéis de mãe/esposa?

AB: Realmente, os papéis são bem diferenciados e exigentes em suas performances. A maternidade é uma experiência muitíssimo gratificante e ímpar em sua essência. Sendo mãe vou me conhecendo muito mais a cada dia. Agradeço muito a Deus pelo filho que tenho. Vinícius está com 14 anos e me surpreende todos os dias com sua maneira de ver o mundo.

A rotina é exaustiva, mas acredito que todos nós, mães e pais dedicados, enfrentamos os mesmos problemas do dia a dia. As tarefas domésticas ocupam uma parcela significativa do dia, além do que acompanho meu filho à escola, às aulas de inglês, ao treino de Aikidô e, quando necessário, às consultas médicas e dentárias.

A rotina de trabalho na FACED é intensa, pois tanto as atividades de sala de aula, acompanhamento dos trabalhos de conclusão de curso, dissertações, projetos de pesquisa, Programa Um Computador por Aluno (UCA), bem como as atividades de gestão exigem dedicação e atenção em suas realizações. Todos nós da UFC vivenciamos uma demanda maior de trabalho, tendo em vista nosso efetivo crescimento institucional.

B: Fale-nos um pouco de seu trabalho como docente na UFC: quais disciplinas ensina; o que mais lhe alegra em seu papel como docente; quais seus desafios?

AB: O trabalho de docência nos engrandece continuamente. Lecionar é uma atividade que favorece a transcendência dos paradigmas individuais. A cada momento, em sala de aula, reflito sobre o meu papel de professora e procuro aprender com todas as experiências vividas com os alunos, sejam boas ou não.

Na graduação, leciono Estatística aplicada à educação e Pesquisa Educacional e, no Programa de pós-graduação em Educação, leciono Construção de instrumentos de avaliação e Estudos orientados.

Em nossa atividade docente, creio que os desafios que enfrentamos estão relacionados à preparação de futuros profissionais que utilizem o alicerce teórico adquirido na universidade, para a prática efetiva do bem ao mundo, em todas as esferas da vida.

B: Qual sua opinião sobre a CASa? Qual a importância da formação docente para o professor recém chegado à UFC?

AB: A CASa tem um papel importantíssimo na formação do docente recém ingresso. A acolhida proporcionada aos novatos faz todo o diferencial na adaptação à instituição. Se para mim, que já conhecia muito da UFC, as atividades da CASa foram gratificantes, imagina para os outros. Os encontros são muito proveitosos e as informações repassadas são fundamentais para nosso trabalho docente.

As ambiências proporcionam enriquecedoras trocas de conhecimentos que muito contribuem para nossa formação, principalmente para aqueles que não tiveram muitas experiências de magistério no Ensino Superior. Fiz o curso de Docência Integrada às Tecnologias da Informação e Comunicação e o achei extraordinário. O conteúdo e a experiência transmitida pelos tutores são maravilhosos. Aprendemos estratégias didáticas que, quando aplicadas em nossas disciplinas, dão novo brilho às mesmas.

B: Para além da vida no campus, quais são seus outros interesses, hobbies etc?

AB: Adoro ouvir música, assistir a filmes de época, drama, ação, documentários.  Aprecio a leitura de  autores que proporcionem momentos de reflexão social e psicológica.  Quando há oportunidade, me divirto bastante ao assistir a apresentações teatrais ou musicais. Gosto muito de viajar pelo interior do Ceará, principalmente pela serra de Ubajara. Meu hobby preferido é ler revistas em quadrinhos.  Para ouvir uma boa música recomendo o CD Papo de Passarim, de Zé Renato e Renato Braz, e para uma boa leitura, a produção de Lya Luft intitulada Múltipla Escolha.

 

Entrevista realizada na data 02/05/2012 para coluna Spotlight do Breviário da CASa.