Profa. Priscila Barros David, professora do Instituto UFC Virtual.

Breviário: Conte-nos um pouco sobre sua trajetória acadêmica e experiências na área de pesquisa.

Profa.Priscila-h150Priscila David: Sou Bacharel em Computação pela UFC. Concluí o curso no ano 2000 e no mês de agosto do mesmo ano fui aprovada em um concurso para professor substituto no Departamento de Computação da UFC. Neste ano, iniciei minha trajetória docente. Paralelamente, cursei uma especialização em Informática Educativa, ofertada pela Faculdade de Educação. Ao concluí-la, ingressei no mestrado em Psicologia Cognitiva na Universidade Federal de Pernambuco (2002). O desejo de fazer uma pós-graduação nesta área surgiu no meu cotidiano de sala de aula, quando percebi a necessidade de conhecer sobre teorias da aprendizagem e compreender um pouco mais sobre a cognição humana. Concluí o mestrado em 2004. Em 2005 retornei ao Departamento de Computação da UFC como professora substituta, e no ano de 2006, fui aprovada no Programa de Pós-Graduação em Educação da UFC para cursar o doutorado. No doutorado, detive-me a investigar sobre o processo de interação na Educação a Distância, construindo um sistema de análise interdisciplinar para a avaliação dessas interações. Em 2009, prestei concurso para o Instituto UFC Virtual, tendo sido aprovada no setor de estudos Metodologias e Tecnologias Aplicadas à Educação a Distância. Concluí o doutorado em 2010, já atuando como docente do quadro efetivo da UFC. Atualmente, sou professora do Bacharelado em Sistemas e Mídias Digitais e ministro disciplinas nos cursos semi-presenciais do Sistema UAB/ UFC.

B: Como surgiu o interesse pela docência?

PD: Sou filha de pedagoga e de um economista. Ao longo da vida, sempre fui estimulada pelos meus pais a estudar e frequentemente os vi dando palestras, cursos, ministrando aulas e tudo aquilo me encantava. Devo reconhecer que a docência não foi algo planejado, mas posso dizer que o contexto em que cresci me trouxe para este caminho profissional. É algo que me realiza pessoalmente. Tive certeza de que seguiria a carreira docente desde o meu primeiro contrato com a UFC, no ano 2000.

B: Recentemente a senhora produziu um documentário sobre a relação professor-aluno e propôs uma discussão desse tema em uma Ambiência Temática (AT). Como foi essa experiência?

PD: Foi uma experiência bastante interessante. O tema da nossa Ambiência Temática foi “Pode-se conversar armado?”. Nossa AT, que foi composta por sete professoras de diferentes departamentos da UFC, tinha como propósito discutir a relação professor- aluno e sua influência no processo educacional. Movidas por nossa experiência docente, trouxemos à reflexão situações-problema, enfrentadas em sala de aula, à luz do referencial teórico de Paulo Freire sobre o diálogo, além de textos de outros autores que alimentaram nossas reflexões sobre o tema. O desfecho do trabalho foi a elaboração do documentário, fruto de entrevistas realizadas com estudantes sobre as ações de professores que corroboraram com o seu aprendizado e com professores, sobre o que cada um considera essencial para o sucesso de sua prática pedagógica. O resultado pode ser conferido neste link: http://www.youtube.com/watch?v=IkFwPq5dODo.

B: Como a senhora avalia a importância de ações de formação docente como essa para o professor recém-chegado na universidade?

PD: Fundamental. Muitos professores ingressam na universidade sem ter uma visão geral sobre a instituição e isto limita bastante seu universo de atuação. Participar de um programa como o CASa, me ajudou a fazer contato com colegas de outros departamentos e a conhecer um pouco sobre a vivência de cada um em suas relações profissionais, seja no contato com os alunos, com os servidores e com os demais colegas.

B: Na sua avaliação, o que dar mais prazer e o qual o maior desafio na atividade docente?

PD: O que me dá mais prazer é a dinâmica da sala de aula. Proporcionar o aprendizado dos meus estudantes e aprender com eles é muito gratificante. O maior desafio é avaliá-los. Tenho tentado desenvolver uma sistemática de avaliação transparente, com clareza de critérios, amplamente compartilhada e negociada. Contudo, a dificuldade permanece em virtude do modelo educacional arraigado em nós, oriundo da nossa própria formação, nos alunos e na própria universidade.

B: Que responsabilidades a senhora tem atualmente na UFC?

PD: Além das atividades de docência, coordeno um projeto de pesquisa, fomentado pelo CNPq, intitulado Desenvolvimento de Ontologias com Base no Sistema de Análise de Interações Contingentes para a Implementação de Avaliações Formativas em Fóruns de Discussão. Também coordeno uma equipe de quatro bolsistas de graduação que colaboram comigo no projeto Materiais Didáticos Digitais como Agentes de Redução da Evasão na Graduação a Distância, da PROGRAD. No Instituto UFC Virtual, coordeno ainda a Formação Inicial de Tutores a Distância que capacita os candidatos a tutores do Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB) para atuarem nos nove cursos de graduação semipresencial da UFC.

B: Quando não está em sala de aula, que outras atividades e hobbies a senhora tem?

PD: Sou educadora cristã. Há mais de 20 anos sou professora voluntária na escola bíblica de minha igreja. Regularmente, aos domingos, estou em sala de aula, ensinando valores e trabalhando na formação de pessoas a partir de princípios cristãos. Gosto muito de conviver com a juventude, de ajudá-los em suas decisões e nos conflitos que são próprios dessa idade. Aqui na UFC, coordeno também um grupo de reflexão bíblica para professores e funcionários, denominado 30 minutos (www.30minutosufc.blogspot.com.br). Iniciei este projeto em setembro de 2009 e, atualmente, participam comigo a Professora Pablyana Cunha e o Professor Manuel Andrade, do Departamento de Química Orgânica e Inorgânica, além de outros funcionários, colaboradores e estudantes de pós-graduação do Campus do Pici. Neste semestre, estamos nos reunindo às terças-feiras, das 13:00 às 13:30, na Sala 03 do Bloco 940.

 

Entrevista realizada na data 02/04/2014 para coluna Spotlight do Breviário da CASa.