Profa. Kamila Fernandes, do Instituto de Cultura e Arte

BREVIÁRIO: Fale um pouco sobre você: seu background acadêmico, interesses de pesquisa e responsabilidades atuais na UFC.

Profa.Kamila-h150KAMILA FERNANDES: Iniciei minha vida acadêmica na PUC-SP, onde fiz até o sexto semestre do curso de Jornalismo, entre 1997 e 2000, quando me mudei para Fortaleza e, após prestar novo vestibular, continuei o curso na UFC, entre 2001 e 2004. Na ocasião, já sabia o que queria estudar: a relação entre comunicação e política, e fiz uma análise da cobertura da pré-candidatura de Roseana Sarney à Presidência da República, entre 2001 e 2002, nos jornais Folha de S. Paulo e O Globo. Depois disso, em 2006, voltei à sala de aula na especialização de Teorias da Comunicação e da Imagem, também pela UFC, fundamental para eu ganhar fôlego para tentar o mestrado. Em 2008, ingressei no mestrado em Sociologia, onde me mantive nos campos da Comunicação e da Política, mas com um olhar mais aguçado para as interações sociais, com um estudo sobre a maneira como pessoas comuns se apropriam das narrativas midiáticas e expõem isso nas conversas cotidianas. Esse estudo foi orientado pela Profa. Rejane Vasconcelos Carvalho e realizado com base em conversas de um grupo de idosos na Praça do Ferreira. Por fim, desde novembro de 2012 sou docente do Instituto de Cultura e Arte da UFC, responsável por disciplinas ligadas ao telejornalismo e onde coordeno o Laboratório de Telejornalismo. Ali também assumi, em 1º de junho, a vice-coordenação do curso de Jornalismo.

B: O que lhe trouxe para o jornalismo? E como decidiu lecionar na UFC?

KF: Decidi fazer jornalismo por gostar muito de ler e de escrever. Com a prática, fiquei ainda mais encantada com os potenciais da profissão, que tem a missão de levar informação à sociedade, revelar questões importantes que estão sob a névoa dos interesses privados, despertar a criticidade das pessoas diante dos malfeitos. Creio que lecionar foi parte de um ciclo natural que fui construindo, por gostar muito de estudar e de ser jornalista. Passar a experiência que vivi em campo e ter a oportunidade de me aprofundar sobre vários aspectos que no dia a dia passam quase despercebidos de tão instantâneos, mas que merecem um olhar mais aprofundado (e teórico) para serem melhor compreendidos. É uma oportunidade única que tive a chance de abraçar na hora certa, após 14 anos de vivência no mercado.

B: Quais os maiores desafios em sua atuação docente na UFC?

KF: Acredito que é conciliar da melhor maneira possível o papel de docente e pesquisadora, para um aprimoramento contínuo, para contribuir para a melhoria do curso de um modo geral. Começo a construir esse caminho, investindo também em pesquisas avulsas sobre comunicação, política, televisão e gênero, o que depois pretendo aprofundar no doutorado.

B: O que mais lhe alegra em seu papel como professor?

KF: Como dou disciplinas práticas, gosto muito de perceber uma melhora no desempenho dos alunos ao longo do semestre, com um olhar mais maduro para suas práticas, o que se constrói com autocrítica e também com muita disposição de inovar.

B: Qual sua opinião sobre a CASa? Qual a importância da formação docente para o professor recém chegado à UFC?

KF: É fundamental pensar numa formação docente aos que chegam, até pela heterogeneidade da formação de cada um de nós. Eu mesma não tive experiência docente anterior e acredito que é muito importante pensar formas de tornar o papel do professor o mais eficaz e amplo possível, especialmente os mais jovens, que chegam à universidade cheios de vontade, mas sem técnicas adequadas para transmitir conhecimento aos estudantes.

 

Entrevista realizada na data 19/06/2013 para coluna Spotlight do Breviário da CASa.