Didática diferente, boa prática

Karine Felipe Oliveira – Estudante de Publicidade e Propaganda-UFC Bolsista CASa

Para ser um bom professor é preciso muito mais que conhecimento técnico e teórico. O bom professor é aquele que divide, aprende, orienta, inspira e encoraja. Aproveito o momento para descrever a experiência com uma didática experimentada em sala de aula, apresentando os argumentos que, sob minha visão de aluna, justificam a utilização de tais estratégias.

No início de cada disciplina, é normal ser apresentado o conteúdo que será ministrado. Nesse caso, ele foi apresentado de forma clara e concisa, demonstrando os caminhos e as justificativas para os estudos que a disciplina traria. Apesar de simples, essa prática é muito importante porque diz aos alunos o quanto eles precisam aprender, possibilitando a busca antecipada de tais conhecimentos.

Estudar não é sofrer. Apesar da grande carga de conteúdo, com organização e planejamento podemos alcançar o aprendizado mais prazerosamente, pois o cérebro memoriza as informações com mais agilidade e facilidade.  Para isso, recebíamos dicas de aproveitamento de tempo e o material utilizado em aula ficava disponível na internet, o que nos possibilitava dedicar máxima atenção à fala do professor.

Depois de tudo que acabei de dizer, você pode pensar que a experiência que estou relatando pode ter sido chata, monótona ou dura. A verdade é que para ensinar é preciso ter paixão pelo que se faz. A paixão contagia e quem é aluno sabe que é necessário motivação para continuar estudando. Nosso professor deixava transparecer o prazer que tinha em estar em contato com os assuntos que nos ensinava, trazia exemplos de peças feitas por ele mesmo com conhecimentos que estávamos adquirindo e isso nos incentivava a continuar estudando.

Bons professores também sabem dividir. Nesse caso, o compartilhamento é feito por meio de uma página no facebook em que alunos e professor dividem conteúdos relacionados às disciplinas ministradas por ele. A página possibilita que os próprios alunos contribuam com a formação dos colegas e é espaço para tirar dúvidas e informar sobre urgências e novidades.

O professor precisa desafiar seus alunos. Errar é humano e o mercado de trabalho é cada vez mais exigente, por isso é preciso que entremos em contato com a prática profissional cada vez mais cedo. Em um primeiro momento, o erro é normal, perdoável e até desejável, se trouxer aprendizado. Nessa disciplina fomos convidados a participar de várias atividades desafiadoras, como apresentar seminários com tempo cronometrado e participar de ‘Splash Tests’, que são testes feitos de surpresa e com um curto espaço de tempo para apresentar resposta. Também fizemos trabalhos que pareciam ir além de nossa capacidade. Não foram fáceis, mas nos trouxeram grande benefício.

Essa forma de avaliação pode parecer assustadora, mas foi tudo muito bem pensado. Sempre que julgávamos necessário, contávamos com o apoio do professor e os ‘Splash Tests’ faziam parte de um somatório de pontos extras, ou seja, nunca nos prejudicaríamos por causa deles, mas serviam para medirmos como estava o aproveitamento das aulas.

Por fim, uma qualidade muito importante e valorizada em um professor é saber ouvir. Quando fazíamos um trabalho, tínhamos a oportunidade de apresentá-lo, descrevendo todo o processo de construção e falando das dificuldades. Depois disso, recebíamos as opiniões do professor e dos colegas, o que contribuía para a nossa formação profissional e mantinha um ambiente propício para a troca saudável de críticas.