EXPERIÊNCIA DOCENTE EM ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ: MEMORIAL.

1. EXERCÍCIO DO MAGISTÉRIO SUPERIOR

Na realidade, a minha vida e experiência docente iniciaram-se logo após a minha graduação em Agronomia em dezembro de 1969, pela antiga Escola de Agronomia da Universidade Federal do Ceará, com excelente aproveitamento, pois não tive reprovações, concluí o curso no tempo ideal (quatro anos) e obtive a segunda colocação numa turma de 70 alunos.

Dois meses antes de concluir o curso de agronomia (outubro de 1969), me submeti a um concurso nacional para seleção de candidatos ao curso de Pós-Graduação, em nível de mestrado, no Departamento de Economia e Sociologia Rural, na Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ), USP. Tendo obtido uma das primeiras colocações, ganhei uma bolsa de estudos da Fundação Ford, e assim, em março de 1970, iniciei o curso de mestrado em Economia Rural na ESALQ. Concluí o referido curso em novembro de 1971, com elevada eficiência (apenas 21 meses) e excelente aproveitamento.

Ambos os cursos, especialmente o de mestrado, contribuíram significativamente para minha formação acadêmica e profissional, especialmente a carreira docente. É que, dada a minha condição (deveres) de bolsista da Fundação Ford, colaborei nas atividades didáticas do Departamento de Economia e Sociologia Rural da ESALQ, lecionando disciplinas de graduação (Análise Econômica e Administração Rural) para alunos do curso de Agronomia durante todo o curso de mestrado, e participei, como auxiliar de pesquisa, no projeto “Formação de Capital na Agricultura”, financiado com recursos do convênio “The Ohio State University/ESALQ”. Esta pesquisa foi muito importante, pois, além do treinamento, forneceu os dados básicos para o desenvolvimento de minha dissertação de mestrado. Assim, a rigor, foi na Universidade de São Paulo (USP), no Departamento de Economia e Sociologia Rural da ESALQ, que iniciei a atividade de ensino superior, no período de março de 1970 a junho de 1971.

Foi, porém, na Universidade Federal do Ceará, no Departamento de Economia Agrícola, onde desempenhei (e ainda desempenho), de forma regular, duradoura e enfática, a atividade de ensino. É que desde abril de 1975 lecionei disciplinas de graduação e pós-graduação no Departamento de Economia Agrícola. Até 1980, lecionava apenas disciplinas de graduação; a partir desta data, já com o título de Ph.D em Economia Rural[1], passei a lecionar, também, disciplinas de pós-graduação, especialmente disciplinas relacionadas a planejamento, tomada de decisões (inclusive em condições de risco), elaboração e avaliação de projetos e administração rural.

Como consequência da minha titulação e experiência de ensino e de pesquisa, lecionei vários cursos e disciplinas (cerca de 20) em outras instituições de nível superior:

• Escola Superior de Agricultura de Mossoró – disciplinas nas áreas de planejamento nos cursos de especialização em planejamento agrícola;

• CNPq/UFC – curso de análise econômica de experimentos agrícolas para técnicos do Programa de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (PDCT/NE), convênio CNPq/UFC/DEA;

• SUDENE/CEPA – cursos de planejamento de unidades produtivas e avaliação financeira e econômica de projetos, promovidos pela SUDENE/PNUD/Banco Mundial;

• UNIFOR – cursos de avaliação econômico-financeira de projetos de irrigação (PROINE/UNIFOR);

• Departamento de Engenharia Agrícola (DENA) – cursos de avaliação econômico-financeira de projetos de irrigação, convênio PROINE/FCPC/UFC/DENA.

 

2. PRODUÇÃO CIENTÍFICA E/OU CULTURAL

Como consequência direta da minha formação acadêmica e das minhas atividades de ensino e de pesquisa, publiquei 34 trabalhos de natureza científica, sendo:

• Em anais (apresentados em congressos): 23

• Em periódicos idôneos: 8

• Livros: 1

• Dissertação de mestrado: 1

• Tese de doutorado: 1

• Tese concurso professor titular: 1

Foram publicados, também, 32 trabalhos de natureza técnica ou cultural, publicação nacional, sendo:

• Em coletâneas: 11

• Em outros meios de divulgação: 21

Além desses trabalhos publicados, elaborei, como consultor, 40 estudos/projetos em empresas públicas e privadas, assim distribuídos:

•   Na CEPA-CE (Comissão Estadual de Planejamento Agrícola): 4

•   Na SIRAC (Serviços Integrados de Assessoria e Consultoria Ltda): 19

•   Na PIVOT (Projeto de Irrigação Consultoria e Assessoria): 4

•   Na TECNOSOLO (Engenharia e Tecnologia de Solos e Materiais): 1

•   Na AGUASOLOS (Consultoria de Engenharia Ltda): 3

•   Na ENGESOFT(Engenharia e Consultoria): 2

•   Na VBA Consultores: 2

•   Na NE CONSULT: 3

•   Na Secretaria de Recursos Hídricos (CEARA): 1

•   Na CCA (Cooperativa Central das Áreas de Reforma Agrária): 1

Os trabalhos de natureza científica e técnica ou cultural, bem mais acadêmicos (teóricos e aplicados), foram muito importantes na busca de soluções de problemas econômicos ligados à agricultura, na consolidação dos conhecimentos adquiridos e na preparação de aulas teóricas e práticas dos cursos que ministrei, especialmente as disciplinas do Curso de Mestrado em Economia Rural no Departamento de Economia Agrícola da Universidade Federal do Ceará.

Os trabalhos desenvolvidos como consultor, tanto em empresas públicas como em privadas, todos ligados à área de avaliação socioeconômica, envolveram projetos de irrigação (públicos e privados), de abastecimento de água, urbanização, esgotamento sanitário, caracterização socioeconômica e mercados para produtos agrícolas.

Estes trabalhos foram extremamente importantes, porquanto:

•   Permitiram a aprovação de projetos de elevada importância para a economia estadual e regional;

•   Permitiram treinamento “fora” da Universidade, ou seja, tiveram um caráter de extensão universitária;

• Proveram conhecimentos extras de elevada significação, sobretudo para as atividades de ensino (aulas práticas e exemplos reais), na orientação de dissertações e na definição de pesquisas.

 

3. EFICIÊNCIA DIDÁTICA OU TÉCNICO-PROFISSIONAL

3.1. Bolsista de Estudo e Pesquisa

Após a conclusão do meu curso superior de Agronomia, consegui, mediante concurso público nacional, uma bolsa da Fundação Ford para o Curso de Mestrado em Economia Rural no Departamento de Economia e Sociologia Rural da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ), USP. Esta bolsa foi de grande valia, pois além das atividades de estudo (curso de mestrado), tive oportunidade (por exigência da bolsa) de lecionar disciplinas de graduação (análise econômica e administração rural) para alunos do curso de Agronomia da ESALQ/USP, importante instituição de ensino e pesquisa da América Latina.

Bolsa da CAPES, através do Programa de Educação Agrícola Superior (PEAS), em março de 1977, para estudos de pós-graduação, em nível de Ph.D, após a minha aceitação, na Universidade do Estado de Ohio (The Ohio State University). Assim, no Departamento de Economia e Sociologia Rural desta universidade americana, obtive, em março de 1980, portanto, em apenas três anos, o título de Ph.D em Economia Rural

Em termos de bolsa de pesquisa, fui pesquisador do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), desde abril de 1982, Processo nº 300991/81-9, com bolsa de pesquisa nível 1C (Sênior) até 17/10/1997, quando me aposentei, tendo neste período desenvolvido sete projetos de pesquisa de elevada importância para a economia agrícola nordestina. Como consequência destas pesquisas, vários trabalhos científicos foram concluídos, envolvendo, inclusive alguns alunos do Curso de Mestrado em Economia Rural do DEA/CCA/UFC.

Viagem internacional de treinamento aos Estados Unidos, financiada pela Fundação Ford, no período 09/01 a 13/02/1988. Nessa viagem, visitei várias instituições, com destaque para o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Banco Mundial (BIRD), em Washington D.C., a Universidade do Estado de Ohio, em Columbus – OH e a Universidade do Arizona, em Tucson, no Arizona.

Essa viagem, cujo plano foi devidamente aprovado pelo Departamento de Economia Agrícola/Fundação Ford, era de grande importância para o fortalecimento do Curso de Mestrado em Economia Rural, ministrado pelo DEA, que objetivava:

•   Trocar experiências com especialistas na área de avaliação de projetos rurais;

•   Obter bibliografia e “software” relacionados com avaliação de projetos;

•   Obter metodologia e discutir aspectos metodológicos para identificação e avaliação de custos e benefícios secundários (externalidades positivas e negativas) em projetos de irrigação, controle de inundações, drenagem, barragens, etc.;

•   Obter bibliografia e programa de disciplinas na área de recursos naturais;

•   Discutir a possibilidade de intercâmbio de técnicos especializados em recursos naturais.

A viagem foi muito proveitosa. Excelentes contatos foram mantidos. Vasto e importante material bibliográfico foi obtido, facilitando bastante o trabalho de pesquisa e ensino dos professores e de pesquisa dos alunos do curso de mestrado em Economia Rural do Departamento (DEA), tanto na área de elaboração e avaliação de projetos rurais como na de recursos naturais.

A respeito da área de recursos naturais, além de vasta bibliografia e da ementa de vários cursos, o que facilitou a elaboração de disciplinas que vieram compor a área de especialização em “Recursos Naturais”, no mestrado em Economia Rural, conseguiu-se, também, que o professor Douglas Southgate, da “The Ohio State University”, viesse ao DEA, com recursos da Fundação Ford, trabalhar conosco no detalhamento e montagem desta nova área de concentração e ministrar um curso para professores e alunos do DEA.

3.2. Orientação de Dissertação de Mestrado

Ainda nas minhas atividades de ensino e pesquisa, orientei 25 (vinte e cinco) alunos do curso de mestrado em Economia Rural e 1 (um) aluno de mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente.

A orientação de dissertação, apesar de ser uma atividade extremamente árdua, é importante e gratificante, porquanto permite maior entrosamento entre professor/orientador e aluno/orientando, e a conclusão de um trabalho de pesquisa de muito valor. Além disso, esta atividade coloca o professor frente a importantes assuntos/problemas/desafios. Isto, objetivamente, estimula o professor a envolver-se mais nas atividades de ensino e pesquisa.

3.3. Orientação de Monografia (Especialização)

A minha experiência como orientador de monografias não é grande. Na realidade, orientei apenas uma monografia. Apesar disto, foi uma experiência muito válida, pois envolveu estudantes em uma área de transição entre a graduação e o mestrado/doutorado.

3.4.    Participação em Comissão Julgadora de Concurso Público para Admissão de Docente

Além das minhas atividades de ensino, pesquisa e extensão, fui convidado e participei de 10 (dez) comissões julgadoras de concurso público para admissão de docentes, sendo presidente da comissão na maioria delas. Especificamente, participei destas:

• Para professor titular: 3

• Para professor adjunto: 3

• Para professor assistente: 2

• Para professor auxiliar: 1

• Para professor visitante: 1

Deste total, 5 (cinco) foram para admissão de professores no próprio Departamento de Economia Agrícola (DEA)/CCA/UFC. As demais foram para admissão de professores em outros departamentos da Universidade Federal do Ceará, especialmente nos Departamentos de Teoria Econômica (Titular e Assistente), de Economia Aplicada (Titular) e de Administração (Titular).

Isto, naturalmente, demonstra que a administração da Universidade Federal do Ceará (chefes, colegiados e centros) acreditam na minha qualificação, lisura e imparcialidade. Na realidade, foi uma atividade muito proveitosa e qualificante, apesar da enorme responsabilidade.

3.5.    Participação em Comissão Examinadora de Dissertação e Tese

Além da participação obrigatória, como presidente, na Comissão Examinadora das 26 (vinte e seis) dissertações de mestrado que orientei, participei, também, de 19 (dezenove) comissões de dissertações, de mestrado, sendo a grande maioria 18 (dezoito) do próprio Departamento de Economia Agrícola (DEA/CCA/UFC).

Participei, também, da Comissão Examinadora de uma tese de doutorado. Esta participação foi muito importante para mim, pois foi para o Curso de Doutorado em Economia Rural no Departamento de Economia e Sociologia Rural da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ)/USP), onde, com elevada eficiência, concluí o Curso de Mestrado em Economia Rural.

3.6.    Aprovação em Concurso Público do Nível Superior

Até o momento participei e fui aprovado em 6 (seis) concursos públicos de nível superior. O primeiro deles, talvez o mais importante por ter sido o ponto de partida para as minhas atividades profissionais, foi o “Concurso Nacional de Seleção para Preenchimento de Vagas no Curso de Pós-Graduação em Ciências Sociais, Mestrado em Economia Rural”, realizado em novembro de 1969 pelo Departamento de Economia e Sociologia Rural de ESALQ/USP. Tendo obtido uma das cinco primeiras colocações, obtive uma bolsa da Fundação Ford.

O segundo ocorreu em julho de 1971, cinco meses antes de concluir o curso de mestrado, quando obtive aprovação em concurso nacional para preenchimento de vagas no então criado Escritório de Análise Econômica e Política Agrícola (EAPA), da Subsecretária de Planejamento e Orçamento (SUPLAN) do Ministério da Agricultura, em Brasília, onde trabalhei como pesquisador, desde a conclusão do meu curso de mestrado até abril de 1975.

Os outros quatro foram prestados no próprio Departamento de Economia Agrícola (DEA/CCA/UFC), ou seja:

•   Para Professor Assistente (1976);

•   Para Professor Adjunto (1980);

•   Para Professor Titular (1992);

•   Para Professor Assistente (1997).[2]

3.7. Funções Especiais ou Técnicas (Administrativas)

As minhas atividades administrativas foram todas desenvolvidas na própria UFC, mais especificamente no DEA e na Pró-Reitoria de Planejamento da UFC, e podem ser assim resumidas:

• Coordenador do Curso de Mestrado em Economia Rural, no período 08/04/80 a 01/09/82. Nesta função, os objetivos/metas mais importantes eram: (i) elevar o conceito do curso junto a CAPES; (ii) recredenciar o curso junto ao Conselho Federal de Educação (CFE). Ambos os objetivos foram alcançados, com o aumento da produção científica docente e discente (número de dissertações defendidas). Neste período, conseguimos, também, ampliar a disponibilidade computacional do DEA e modificar a estrutura curricular do curso de mestrado, tornando-a mais flexível;

• Chefe do DEA no período de 02/09/82 a 02/09/84, isto é, em seguida ao mandato de coordenador do curso de mestrado. Aqui, os objetivos maiores eram: (i) ampliar o quadro de professores; (ii) melhorar o nível de treinamento formal dos docentes. Esses objetivos visavam a fortalecer o departamento e, sobretudo, consolidar o Curso de Mestrado em Economia Rural. Ambos foram alcançados, visto que, no período, dois novos professores, em nível de assistente, foram contratados através de concurso público e quatro professores foram liberados para treinamento, em nível de doutorado, sendo dois nos Estados Unidos e dois aqui no país (USP e PIMES-PE). Todos obtiveram a titulação esperada.

• Coordenador do Curso de Mestrado em Economia Rural, no período setembro de 1990 a agosto de 1992. Aqui a grande meta era recredenciar o curso de mestrado junto ao Conselho Federal de Educação (CFE), obtido graças ao esforço conjunto de todo o grupo de professores do DEA.

• Chefe do Departamento de Economia Agrícola, período setembro de 1992 a agosto de 1994. Novamente, tentando ampliar, de forma quantitativa e qualitativa, o quadro de professores do DEA, planejamos e executamos concursos para quatro docentes, os quais foram liberados para curso de pós-graduação, assim especificado: para concluir doutorado (1), iniciar curso de doutorado (2) e iniciar curso de mestrado (1). A ênfase era aumentar e melhorar a massa crítica docente do DEA.

• Em outubro de 1996, fui convidado pelo Magnífico Reitor, Professor Roberto Cláudio, para ocupar o cargo de Direção de “Coordenador de Análise Institucional e Avaliação”, na Pró-Reitoria de Planejamento da Universidade Federal do Ceará.

Nesta nova função, sem prejuízo das minhas atividades de ensino, pesquisa e orientação de dissertação de mestrado, planejamos e executamos as seguintes ações:

•   Autoavaliação da Universidade Federal do Ceará;

•   Avaliação externa da Universidade Federal do Ceará;

•   Modelos de alocação: (i) de vagas de professores (titulares e não titulares) e da força de trabalho técnico-administrativa; (ii) de recursos financeiros nas diversas unidades da UFC.

O Professor Roberto Cláudio foi reeleito e, a seu convite, continuei no cargo de Direção de “Coordenação de Análise Institucional e Avaliação”, na Pró-Reitoria de Planejamento da Universidade Federal do Ceará, até o fim do seu mandato, em junho de 2003.

5.8. Experiência de Trabalho Profissional

Em julho de 1971, cinco meses antes de concluir o Curso de Mestrado em Economia Rural no Departamento de Economia e Sociologia Rural da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ), USP, obtive aprovação em concurso nacional para preenchimento de vagas no então recém-criado Escritório de Análise Econômica e Política Agrícola (EAPA), da Subsecretaria de Planejamento e Orçamento (SUPLAN) do Ministério da Agricultura, em Brasília, onde trabalhei como pesquisador, desde a conclusão do meu curso de mestrado até abril de 1975.

No EAPA, como pesquisador, contratado pela Associação Brasileira de Crédito e Assistência Rural – ABCAR e pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA, desenvolvi vários trabalhos de pesquisa e prestei assessoria aos Ministros da Agricultura da época (Cirne Lima e Alysson Paulinelli). Além disso, participei de inúmeros congressos e seminários e empreendi várias viagens de trabalho às regiões Nordeste, Norte e Sul, que me permitiram adquirir larga experiência e compreensão dos problemas relativos à economia do setor agrícola brasileiro.

Aqui, em termos de pesquisa, vale destacar os relatórios sobre aspectos socioeconômicos da cultura do algodão arbóreo, do caju e da laranja e os subsídios aos planos anuais de produção e abastecimento, além da pesquisa “Formação de Capital na Agricultura”, financiada pelo convênio EAPA/SUPLAN/The Ohio State University. A referida pesquisa, que investigava a alocação dos recursos, o papel do crédito rural, o nível tecnológico da agricultura e os problemas de comercialização no setor agrícola, foi desenvolvida nos estados do Ceará (Canindé, Quixadá e Missão Velha), Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul.

Em abril de 1975, a convite da Universidade Federal do Ceará, deixei o EAPA e iniciei minhas atividades de professor e pesquisador, em regime de tempo integral e dedicação exclusiva, no Departamento de Economia Agrícola, inicialmente como professor colaborador (período abril de 1975 a dezembro de 1976), contratado pelo Programa de Educação Agrícola Superior (PEAS); em 29/11/1976, obtive aprovação em concurso público para professor assistente.

Como já comentado, posteriormente, obtive aprovação em concurso público para Professor Adjunto e Titular.

Além do que já foi comentado acerca das minhas atividades no DEA, vale destacar que trabalhei como coordenador e pesquisador em dezoito pesquisas, através de convênios do DEA/UFC com diversas instituições. Todas foram muito importantes e resultaram em muitos relatórios técnicos de pesquisa. Vale, contudo, destacar, pelo valor dos recursos e pelo número de técnicos e professores envolvidos, as seguintes:

• Potencialidades de produção de energia e seus impactos na produção de alimentos no Nordeste, convênio DEA/BNB/EMBRAPA/Departamento de Economia Agrícola da Universidade do Arizona. Este projeto de pesquisa conjunta, além de viagens internacionais e intercâmbio de pesquisadores, permitiram a elaboração de teses de doutorado e a publicação de um livro de minha autoria, juntamente com o Prof. Paulo Roberto Silva da Universidade Federal do Ceará, editado pelo Banco do Nordeste Brasileiro, BNB;

• Análise socioeconômica de experimentos agrícolas, convênio BID/CNPq/UFC, este projeto de pesquisa fez parte do Programa de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e destinou-se a acompanhar e avaliar, economicamente, experimentos agrícolas desenvolvidos pelos professores do Centro de Ciências Agrárias da UFC, no período de janeiro de 1984 a dezembro de 1990. Dado o grande volume de trabalho, esse projeto envolveu, somente no DEA, sete professores (três com doutorado e quatro com mestrado).

3.9.      Consultorias Prestadas

Além das atividades de ensino, pesquisa, extensão e administração na UFC, desenvolvemos, como consultor, estudos e avaliações socioeconômicas em várias instituições e empresas (cerca de 10, conforme item 2). Nesta atividade, foram desenvolvidas 40 trabalhos/estudos, envolvendo irrigação pública e privada, saneamento (esgotamento sanitário e drenagem), abastecimento de água para consumo humano e mercados para produtos agrícolas.

3.10.    Participação em Congressos, Seminários e Assemelhados

Como consequência das minhas atividades de pesquisa, de significativa importância para minha formação profissional e docente, participei de 29 congressos e seminários, inclusive internacionais, nos quais:

. Em 12: apresentei trabalhos científicos;

. Em 3: participei como moderador ou coordenador de grupos especiais;

. Em 14: participação.

 

4. RETORNO À UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

Logo após a minha aposentadoria na Universidade Federal do Ceará (17/10/1997), então com apenas 52 anos e com toda minha experiência docente, acadêmica e administrativa, participei do Concurso Público para Professor do Magistério Superior, conforme Edital 60/1997, para Professor Assistente do Departamento de Economia Agrícola da Universidade Federal do Ceará (departamento onde antes trabalhei até a aposentadoria, mas em outra vaga). Havia 5 concorrentes inscritos, mas apenas 3 participaram efetivamente do  concurso. Após a realização de todas as provas, em novembro de 1997, fui classificado em 2º. lugar e, em 1º. lugar, uma outra docente.

Recorri administrativamente em todas as Instâncias da Universidade Federal do Ceará, mas não obtive resultado positivo. Em seguida, iniciei um processo judicial. Finalmente, em Março de 2010 (doze anos depois), a UFC, cumprindo a ordem judicial do Supremo Tribunal Federal que retificou a homologação do resultado do referido concurso, apontando-me como o primeiro candidato – empossou-me em 05 de Julho de 2011. Nesta data, retornei ao “Lar” – Departamento de Economia Agricola/CCA/UFC.

Nesse novo momento de minha vida docente, até o momento, lecionei disciplinas de graduação nos cursos de Agronomia, Engenharia de Pesca e Zootecnia, com uma média semestral de 12,6 créditos. Simultaneamente, desenvolvi atividades de pesquisa de forma intensiva, que resultaram em dois trabalhos científicos:

CAMPOS, Robério Telmo, BISERRA, J. Valdeci e CAMPOS, Kilmer Coelho.    Diagnóstico Técnico-Econômico do Perímetro Irrigado Forquilha, Estado do Ceará. Congresso da SOBER. Grupo de Pesquisa: Grupo 2. Economia e Gestão no Agronegócio. Vitória, Anais. 22 a 25 de Julho, 2012.

BISERRA, José Valdeci. Capacidade de pagamento dos usuários residenciais pelos serviços de abastecimento de água tratada, de esgotamento sanitário, e de água e esgotamento sanitário, conjuntamente – Estado do Ceará. Artigo completo para publicação em revista econômica Nacional, a ser enviada para a Revista Econômica do Nordeste – REN.

Concluindo, informo que pretendo continuar minhas atividades de ensino e extensão no Departamento de Economia Agrícola, do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Ceará até 06/01/15, quando completo 70 anos e, compulsoriamente, sairei da UFC.


[1] Em março de 1977, após a minha aceitação na Universidade do Estado de Ohio (The Ohio State University), o Departamento de Economia Agrícola (DEA/CCA/UFC) enviou-me aos Estados Unidos, através do Programa de Educação Agrícola Superior (PEAS), com bolsa da CAPES, para estudos de pós-graduação, em nível de Ph.D. Assim, no Departamento de Economia e Sociologia Rural desta Universidade Americana, obtive, em março de 1980, portanto, em apenas três anos, o título de Ph.D em Economia Rural. A dissertação defendida objetivava o planejamento, em condições de risco, de propriedades exploradas em regime de parceria no nordeste brasileiro. Sem dúvidas, o programa de doutorado foi de maior importância para minha formação acadêmica e profissional. É que, além da experiência internacional e do domínio de uma língua estrangeira, obtive excelente treinamento, que me permitiu contribuir de forma significativa nas minhas atividades de ensino, em especial na pós-graduação (Mestrado em Economia Rural) e de pesquisa no DEA e assessoria/consultoria em instituições governamentais e empresas privadas.

 

[2] Logo após a minha aposentadoria (17/10/1997), então com apenas 52 anos e com toda experiência docente, acadêmica e administrativa, participei do Concurso Público para Professor do Magistério Superior do Edital 60/1997, para Professor Assistente do Departamento de Economia Agrícola da Universidade Federal do Ceará (departamento onde antes trabalhei até a aposentadoria, mas em outra vaga).

 

Prof Valdeci-h150Professor José Valdeci Biserra